Brasil vai investir quase R$ 59 milhões em inovação para redes 6G e IA em telecom
Brasil vai aplicar R$ 58,9 milhões em projetos de ponta voltados ao avanço tecnológico no setor de telecomunicações até 2027. O aporte, aprovado pelo Conselho Gestor do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), será executado pelo CPQD — centro de pesquisa e inovação localizado em Campinas (SP), e cobre nove projetos estratégicos nas áreas de conectividade, inteligência artificial e segurança digital.
O plano de investimento, que se estende de 2025 a 2027, prevê iniciativas como o desenvolvimento de uma infraestrutura nacional para redes 6G com motores de inteligência artificial (IA), ferramentas de IA generativa para operadoras e soluções para melhorar a segurança e a qualidade da telemedicina.
A proposta também inclui a criação de plataformas de apoio à gestão de redes por parte das empresas do setor.
Inovação com soberania tecnológica
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destaca que a medida representa um passo importante rumo à soberania tecnológica brasileira. “Investir em áreas de fronteira, como 6G e IA, é assegurar que as soluções que movimentam o setor venham da nossa própria indústria, beneficiando diretamente a sociedade”, afirmou.
O CPQD, entidade com longa trajetória em pesquisa aplicada às políticas públicas de telecomunicações, será responsável por reportar anualmente os avanços ao conselho do Funttel. Para 2025, estão reservados R$ 15 milhões; em 2026, mais R$ 21,2 milhões; e, em 2027, outros R$ 22,7 milhões.
Segundo Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPQD, a atuação em parceria com o Estado tem sido decisiva para garantir que o país se mantenha atualizado diante das transformações tecnológicas globais. “Fomentar a inovação com apoio do Funttel é essencial para dar tração a projetos que impulsionam a indústria nacional e ajudam o Brasil a manter protagonismo no setor”, afirmou.
Fundo com missão estratégica
Vinculado ao Ministério das Comunicações, o Funttel é um fundo de natureza contábil criado para estimular a inovação, fortalecer a capacitação profissional e fomentar o acesso de pequenas e médias empresas ao ecossistema tecnológico. Os recursos vêm de contribuições das operadoras de telecom, com alíquotas que variam entre 0,5% e 1% sobre a receita de serviços e eventos.
Ao financiar projetos com alto grau de complexidade técnica, o fundo cumpre um papel estratégico: ampliar a competitividade da indústria brasileira em um mercado globalizado e altamente regulado, em que a capacidade de gerar conhecimento faz toda a diferença.
